Tipos de Depressão: Causas, Sintomas e tratamento
A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que a depressão afeta 322 milhões de pessoas no mundo. Na América Latina, o Brasil é o país com maior número de casos. Essa realidade sugere a necessidade de intervenções urgentes para neutralizar os impactos de todos os tipos de depressão. Essa mesma pesquisa afirma que temos 5,8% da população brasileira sofrendo com diversos transtornos depressivos. Nesse contexto, governo e sociedade precisam repensar medidas para minimizar os reflexos dos problemas decorrentes da depressão.
Para ajudá-lo a compreender melhor este problema, selecionamos 7 tipos de depressão e listamos as causas, características e sintomas de cada um deles. Confira!
1. Depressão Casual
Um episódio depressivo casual é caracterizado por um período de tempo em que o indivíduo apresenta uma sensível alteração em seu comportamento. Geralmente, os pacientes relatam uma mudança repentina no estado de humor, que pode durar algumas horas, dias ou semanas. Esse tipo de depressão pode surgir de forma repentina, sem uma causa aparente, e muitas vezes o paciente não consegue identificar exatamente o que desencadeou os sintomas. Porém, se não for adequadamente tratada, a depressão casual pode se prolongar por mais tempo e evoluir para transtornos depressivos mais graves.
Esse é um dos tipos de depressão que está cada vez mais comum e afeta pessoas de diferentes gêneros, idades ou classes socioeconômicas. Os sintomas mais evidentes são:
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Relatos de insatisfação com a vida;
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Alteração repentina no comportamento;
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Sentimento de tristeza por causa indefinida;
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Indisposição para realização das tarefas diárias.
2. Depressão Sazonal
Algumas pessoas têm maior sensibilidade e costumam sofrer alterações no humor ou mudanças no estado emocional por influência das estações do ano. Um exemplo clássico — e de difícil diagnóstico por apresentar um viés ainda indefinido — é a conhecida depressão sazonal relacionada ao inverno. Embora esses casos sejam mais raros em regiões tropicais, eles são bastante comuns em locais onde o inverno é longo. A falta de exposição à luz solar desequilibra o metabolismo enzimático e hormonal, o que resulta em desequilíbrios das substâncias responsáveis pelo humor.
No entanto, há outros tipos de depressão sazonal relacionados a determinadas épocas do ano. Além disso, a chegada do final do ano pode induzir à reflexão e exercer uma pressão psicológica muito forte em quem não conseguiu cumprir as metas do ano. Por isso, nesse período, as depressões sazonais ocorrem com mais frequência e podem comprometer a qualidade de vida e o bem-estar. Essas complicações da saúde mental ocorrem devido à dificuldade em controlar a ansiedade e o estresse gerado pela autocobrança excessiva.
Confira os sinais e sintomas que permitem identificar a depressão dazonal:
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Fuga de assuntos relacionados a metas;
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Impaciência e nervosismo;
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Agitação constante;
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Ansiedade.
3. Distimia
A distimia é um transtorno depressivo leve, mas persistente, em que o indivíduo consegue cumprir suas atividades de rotina, mas se apresenta constantemente triste, retraído e com um pessimismo em relação ao futuro. Esse quadro merece especial atenção, já que as características da distimia podem ser confundidas com um mau-humor casual ou associado ao temperamento da pessoa. Por isso, é preciso ficar alerta aos sinais e sintomas mais importantes. Confira quais são:
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Irritabilidade;
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Muito pessimismo;
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Negatividade excessiva;
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Mau-humor depressivo e persistente.
4. Depressão Atípica
A depressão atípica é caracterizada por episódios de crises melancólicas, nas quais o indivíduo demonstra muita instabilidade emocional e falta de esperança em relação à vida. Geralmente, há a negação quanto à necessidade de ajuda. Esse comportamento vem acompanhado de muita tristeza e de pensamentos de morte. O senso de inutilidade e o desinteresse por atividades que antes eram prazerosas também são comuns. Logo, se você conhece alguém próximo que apresenta esses sintomas, fique atento. Além desses, o indivíduo também poderá apresentar:
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Sono excessivo;
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Humor apático e instável;
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Queixas de cansaço excessivo;
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Falta de energia para a realização das atividades de rotina.
5. Depressão Pós-Parto
A depressão pós-parto é uma forma de transtorno depressivo que tem causa definida. Ela ocorre devido às alterações hormonais durante a gestação, e que persistem até o pós-parto. O processo de gestação envolve aspectos biológicos e psicológicos que afetam consideravelmente o estado emocional da mulher. Isso a torna mais vulnerável aos desequilíbrios psicológicos, principalmente nos primeiros dias de vida do bebê. As exigências para suprir as necessidades do bebê, sobretudo quando é o primeiro filho, gera insegurança e medo até que a mulher consiga se adaptar às mudanças na sua vida.
Observe, então, os sinais mais comuns da depressão pós-parto. Caso esses sintomas persistam por mais de 10 dias ou se intensifiquem, é fundamental buscar ajuda profissional o quanto antes. As características que sinalizam esse quadro são:
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Culpa excessiva;
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Choro constante;
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Baixa autoestima;
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Tristeza e melancolia;
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Aparência desleixada;
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Pouco interesse pelo filho;
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Insônia e cansaço extremo;
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Reclamação na hora de amamentar o bebê;
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Sensação de incapacidade para cuidar do bebê;
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Medo de receber visitas, mesmo de pessoas próximas.
6. Depressão Reativa
A depressão reativa é causada por respostas a eventos ocasionais como assédio moral, morte de entes queridos, perda financeira significativa, separação conjugal ou uma situação que provoca estresse excessivo e negatividade. Assim, a depressão reativa surge como somatório de diferentes razões. O grau de dificuldade para lidar com essa depressão pode variar, pois a forma individual de enfrentar os problemas tem grande impacto no comportamento.
A depressão reativa é caracterizada por:
- Insônia;
- Irritabilidade;
- Falta de apetite;
- Ideação suicida;
- Estresse excessivo;
- Expressão muito abatida.
7. Depressão Maior
A depressão maior é caracterizada por episódios depressivos recorrentes, com sintomas que duram seis meses ou mais, afetando significativamente a vida do indivíduo. Percebe-se também uma intensificação do quadro mediante súbita alteração comportamental. Essa condição evidencia claramente a evolução para um transtorno patológico mais grave e muito preocupante devido à relação com o suicídio. O transtorno depressivo maior resulta de diferentes fatores causais. Entre os mais relevantes destacam-se a herança genética, as condições ambientais, as relações familiares e outras questões de ordem pessoal ou profissional.
Nessa doença, os sinais e sintomas mais claros são:
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Choro;
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Angústia;
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Desatenção;
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Impulsividade;
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Ideação suicida;
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Apatia constante;
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Distúrbios do sono;
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Desânimo e lentidão;
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Falta de concentração;
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Desinteresse pelo futuro.
Quando a Internação Hospitalar é Necessária?
A evolução das crises depressivas pode exigir intervenções urgentes, especialmente quando os sintomas se tornam incapacitantes ou colocam o indivíduo em risco iminente. Quando o paciente se torna uma ameaça para si mesmo, apresentando ideação suicida ou comportamentos autodestrutivos, ou se torna uma ameaça para outros, a internação hospitalar se torna crucial.
Nesses casos, a internação permite que o paciente receba cuidados imediatos, com a supervisão constante de profissionais especializados, e cria um ambiente seguro, onde o tratamento intensivo pode ser iniciado sem o risco de agravamento dos sintomas. O acompanhamento em um hospital especializado proporciona um suporte multidisciplinar, com psiquiatras, psicólogos, enfermeiros e terapeutas ocupacionais, que trabalham juntos para ajudar o paciente a superar a crise.
Além disso, em situações de depressão grave, onde há dificuldade de controle do quadro fora do ambiente hospitalar, a internação também pode ser necessária para ajustes medicamentosos e para assegurar a estabilidade emocional do paciente. A internação hospitalar é um passo importante para a recuperação e prevenção de recaídas, proporcionando um tratamento integral e de curto prazo, que acelera o processo de recuperação da saúde mental e restaura o bem-estar do paciente.
Caminhos para a Recuperação
A depressão é uma condição mental que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, com características variadas que podem se manifestar de formas diferentes em cada indivíduo. Entender os tipos de depressão e seus sintomas é essencial não apenas para um diagnóstico correto, mas também para a escolha do tratamento adequado. Embora as causas possam ser diversas, envolvendo fatores biológicos, psicológicos e ambientais, é importante lembrar que a depressão é tratável. O apoio emocional, aliado ao tratamento médico especializado, pode ser a chave para a recuperação.
Buscar ajuda profissional assim que os primeiros sinais de depressão surgirem pode fazer toda a diferença na recuperação. Quanto mais cedo o tratamento é iniciado, maiores são as chances de uma recuperação bem-sucedida. O tratamento adequado, seja através de psicoterapia, medicação ou internação hospitalar em casos mais graves, oferece suporte para lidar com os sintomas, restaurar o equilíbrio emocional e melhorar a qualidade de vida do paciente. Além disso, o apoio da família e amigos é um elemento crucial na recuperação. A conscientização sobre a importância da saúde mental e a superação do estigma da depressão são passos essenciais para garantir que mais pessoas se sintam confortáveis ao buscar ajuda.
Por fim, a boa notícia é que a recuperação não é apenas possível, mas completamente viável com o tratamento adequado. Com o diagnóstico precoce, o tratamento eficaz e uma rede de apoio sólida, os pacientes podem superar a doença e retomar uma vida plena e satisfatória. Se você ou alguém próximo a você está enfrentando os sintomas da depressão, não hesite em procurar ajuda. A busca por tratamento é um ato de coragem e o primeiro passo para um caminho de recuperação.