Esquizofrenia: Quando de fato é necessário a internação?


Esquizofrenia: Quando de fato é necessário a internação?

Em diferentes cenários de transtornos mentais, é preciso contar com o suporte adequado. A internação na esquizofrenia pode ser uma boa alternativa para pacientes em casos mais graves, que podem até causar episódios de violência contra si mesmo e os outros.

Esse conhecimento é especialmente importante devido à quantidade de casos de esquizofrenia presente no Brasil e no mundo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), são 21 milhões de pessoas com essa condição ao redor do globo. Só no Brasil, são dois milhões de pacientes.

Então, como amenizar essa condição? O primeiro passo é saber que, apesar de não ter cura, a internação para pessoas com esquizofrenia pode trazer mais qualidade de vida.

O que é a esquizofrenia?

A esquizofrenia é um transtorno mental que gera uma desconexão com a realidade. Ou seja, a pessoa passa a ter pensamentos e experiências que não estão presentes, tendo sua capacidade de pensar, comportar-se e sentir totalmente afetada.

Esse distúrbio impacta tanto homens quanto mulheres e sua causa ainda é desconhecida. Acredita-se que pode ter relação com fatores genéticos e ambientais, e alterações cerebrais. No entanto, os cientistas ainda tentam encontrar uma resposta clara.

De toda forma, a pessoa passa a passar por surtos, em que tem dificuldade de distinguir o que é real daquilo que é delírio e alucinação. Com isso, começa a se isolar e pode até se tornar violenta.

Como funciona a internação para esquizofrenia?

A internação para esquizofrenia exige um diagnóstico correto, realizado por um médico psiquiatra. Além disso, o profissional deve perceber a necessidade de fazer essa solicitação, já que alguns casos podem ser tratados de forma diferente.

Em relação à internação, é preciso destacar que existem três possibilidades. Elas são:

  • internação voluntária: a pessoa concorda com o procedimento e assina um termo de consentimento;
  • internação involuntária: o paciente é deixado na instituição psiquiátrica à sua revelia. Ou seja, um terceiro solicita essa medida e o Ministério Público é comunicado no prazo de 72 horas;
  • internação compulsória: ocorre somente por determinação judicial. Por isso, é mais raro de acontecer.

Os modelos voluntário e involuntário são definidos pelo médico, que vai avaliar o estado mental do paciente, se ele oferece risco a si mesmo e aos outros, e mais. Nesse sentido, a análise do profissional de saúde é fundamental para garantir a integridade física de quem tem esquizofrenia e de sua família.

Por isso, costuma ser observada a existência de três tipos de risco. Eles são:

  • risco iminente à vida: é a situação em que a pessoa é violentada consigo mesma ou terceiros. Por exemplo, não aceita consumir alimentos ou líquidos, ameaça incendiar a casa, autoagride-se, tenta suicídio etc.;
  • risco social: contempla situações de ameaça à vida ou à integridade física por falta de controle comportamental ou autocrítica. É o caso de frequentar locais violentos, fugir de casa de forma repetitiva, entrar em brigas na rua, ser promíscuo etc.;
  • risco à saúde: indica os casos em que o adiamento do tratamento gera mais consequências negativas, prejudicando a recuperação posterior.

Quando a internação é necessária?

De modo geral, a internação na esquizofrenia é necessária somente em casos graves. Em um primeiro momento, costuma-se adotar outra abordagem. No entanto, pacientes em surto psicótico e que não respondem de forma adequada ao tratamento farmacológico precisam da vigilância contínua.

Ou seja, esse é o ponto-chave para definir a internação. Afinal, quando é necessário adotar uma postura de monitoramento frequente, há um sinal claro de que o paciente se coloca a si mesmo e aos outros em risco.

Qual o quadro grave da esquizofrenia?

O quadro grave de esquizofrenia costuma ser caracterizado por muitas alucinações e delírios, o que aumenta os outros sintomas, como o isolamento social e a violência. Dessa forma, há mais risco ao paciente e a seus familiares, o que exige a internação.

Portanto, é preciso apresentar sintomas psicóticos aliados a algum tipo de risco. Dessa forma, o paciente fica em um local adequado, com uma equipe estruturada e capaz de auxiliar nos momentos de crise.

Isso também aumenta a chance de seguir o tratamento adequado. Assim, os resultados da internação permanecem por um tempo maior.

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