Mania de perseguição: Quais as possíveis causas?


Mania de perseguição: Quais as possíveis causas?

Já aconteceu de você achar que alguém tem mania de perseguição? Esse termo é bastante usado para designar aquelas pessoas que acreditam que tudo é feito para elas e só acontece com elas. Apesar de parecer algo comum, esse pode ser um sintoma de transtorno mental.

Isso porque esse perfil psicológico leva ao isolamento. Afinal, a falsa crença de que sempre tem alguém comentando, perseguindo, rindo ou olhando causa um sentimento de desconfiança exagerado.

Inclusive, a intensidade da manifestação desse problema pode variar. Enquanto em algumas pessoas esse sintoma é leve, em outras é grave, e está atrelado a um distúrbio mais relevante.

Para entender melhor essa situação, neste post explicamos sobre a mania de perseguição, suas possíveis causas e como pode ser tratada. Confira!

O que é mania de perseguição?

A mania de perseguição é um transtorno mental. O indivíduo que se encaixa nesse quadro tem ideias delirantes, que a fazem acreditar ser vítima de observação e acompanhamento constante. Com isso, a pessoa vive temendo que algo ruim aconteça.

Apesar desse distúrbio existir isoladamente, é comum que ele venha associado a outros transtornos. Por exemplo:

  • síndrome do pânico;
  • transtorno afetivo bipolar;
  • esquizofrenia paranoide;
  • transtorno de personalidade antissocial;
  • transtorno obsessivo compulsivo (TOC).

Quais são as possíveis causas da mania de perseguição?

Normalmente, esse problema surge a partir de autoconfiança e autoestima baixas. Com isso, a pessoa acredita que todos pensam mal dela ou acreditam que ela é ruim. No entanto, outros fatores também podem interferir. Eles podem ser:

  • fatores biológicos, como desequilíbrio de substâncias químicas no cérebro, anormalidades cerebrais, uso de álcool e drogas;
  • trauma infantil, já que alguns estudos indicam que a negligência na infância pode levar à paranoia;
  • fatores genéticos, porque os transtornos delirantes costumam surgir em pessoas cuja família já tem alguém com esse distúrbio ou com esquizofrenia.

Em situações mais graves, o indivíduo realmente acredita que causa muitas tragédias e acha que outros concordam com isso. Dessa forma, quem se enquadra nesse transtorno sente culpa e também acha que é o centro do mundo.

Normalmente, a pessoa com essa mania repete seus comportamentos sem saber o motivo para isso. Por sua vez, os familiares e os amigos podem menosprezar a situação devido aos transtornos e aos sintomas que acompanham essa sensação de perseguição.

Como identificar a mania de perseguição?

Existem alguns sintomas que ajudam a identificar a mania de perseguição. O principal é a crença de que se está sendo realmente perseguido. Além disso, é preciso verificar os seguintes sinais:

  • crença de que os outros estão rindo ou comentando sobre ele;
  • crença de que se está sendo observado;
  • fuga de relacionamentos amorosos;
  • crença de que algo ruim vai acontecer;
  • ausência de vontade de fazer novas amizades;
  • desconfiança de tudo e todos;
  • falta de aprofundamento de relações antigas;
  • sentimento de culpa por tudo;
  • ausência de ou baixo contato com outras pessoas.

Vale a pena observar que muitos pacientes com esse distúrbio tendem a se culpar por problemas que nem estão relacionados a eles. Isso tende a aumentar o sentimento de angústia e mal-estar.

Outro fator importante é o aumento da autocrítica. Assim, a pessoa sempre se coloca para baixo, o que gera um grande desconforto. Com isso, a pessoa chega a se anular com frequência, além de ser bastante insegura e poder andar cabisbaixa.

Esse é um possível sintoma de esquizofrenia?

Em alguns casos, a mania de perseguição surge devido à esquizofrenia. No entanto, não há uma conexão direta desses dois tipos de transtorno mental. Ou seja, o quadro persecutório existe, mas ele não gera outros sintomas.

Explicando melhor: a esquizofrenia apresenta a sensação de que se está sendo perseguido. Porém, nem sempre a mania de perseguição é um sintoma. Isso porque os delírios costumam estar relacionados a uma alteração do juízo.

Geralmente, a presença de delírios de perseguição costuma estar presente na esquizofrenia paranoide. Os indivíduos com esse transtorno mental costumam ser desconfiados, reservados, tensos, cautelosos e até hostis.

Essas características também podem aparecer na mania de perseguição. A diferença é que esses esquizofrênicos costumam ter um comportamento social e emocional inadequado e desorganizado. Além disso, sua aparência tende a ser desleixada, o que não costuma surgir no outro quadro.

Como lidar com a mania de perseguição?

Para lidar com uma pessoa que tem a mania de perseguição, é importante demonstrar apoio e evitar conflitos. Isso porque tentar convencê-la de que ela não está sendo observada, perseguida e prejudicada não trará resultados. Então, é preciso oferecer o suporte emocional necessário.

Basicamente, esses indivíduos apresentam pensamentos delirantes e irracionais. Por isso, eles não acreditam que algo está sendo feito à revelia de sua presença. Esse é o motivo pelo qual o acolhimento é tão necessário.

Quais são as opções de tratamento da mania de perseguição?

Além do acolhimento, é importante buscar ajuda. O tratamento desse transtorno varia conforme o paciente e a possibilidade de associação de outra doença mental. Assim, é necessário identificar e tratar questões subjacentes, como traumas anteriores e insônia.

De toda forma, é essencial contar com um acompanhamento profissional constante de psicólogo, psiquiatra etc. Ou seja, a abordagem é ampla.

Além disso, o tratamento psicológico depende de promover o autoconhecimento. A partir disso, é possível elevar a autoconfiança e a autoestima. Assim, algumas das possíveis intervenções são:

  • terapia cognitivo-comportamental, que ajuda a diminuir a preocupação e a ruminação (ficar pensando no mesmo assunto sem parar). Isso leva a uma redução dos delírios;
  • medicação, que é utilizada conforme o caso. É possível usar antidepressivos, antipsicóticos e estabilizadores de humor em geral;
  • serviços de apoio, já que muitos pacientes têm dificuldade com tarefas diárias, como pagar contas e trabalhar.

Ainda vale a pena contar com outras atividades terapêuticas, praticar atividades físicas, participar de grupos de apoio e realizar ações que promovam o bem-estar. Aos poucos, a pessoa começa a se abrir para novas relações e consegue aprofundar as antigas.

Também é importante entender o que esse transtorno mental causa. É comum que as pessoas que acreditam estarem sendo perseguidas passem muito tempo se preocupando. Elas imaginam ideias catastróficas e situações que não correspondem à realidade.

Além do mais, tendem a interpretar eventos neutros como uma hostilidade. Por isso, é tão difícil aceitarem críticas, ainda que elas não tenham a intenção de magoar. Essa sensibilidade interpessoal, inclusive, costuma gerar níveis mais altos de depressão e ansiedade.

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