Tratamento do Transtorno de Personalidade Borderline em Clinica Psiquiatrica
A expressão ‘nervos à flor da pele’ é uma das que mais combina com pessoas que sofrem do Transtorno de Personalidade Borderline. Esse transtorno de saúde mental tão falado, mas pouco conhecido em relação aos seus reais sintomas, pode prejudicar severamente a vida de quem o desenvolve, trazendo sofrimento em sua vida pessoal, profissional e afetos.
Por isso, vamos explicar para você exatamente o que é o Transtorno de Personalidade Borderline e seus sintomas, para que você possa reconhecê-los e saber como lidar com quem o possui.
O que é o Transtorno de Personalidade Borderline?
Transtorno de Personalidade Borderline é o nome do transtorno de saúde mental dado a pessoas que possuam um padrão de comportamento permeado pela impulsividade, instabilidade emocional, medo da rejeição e tendências autodepreciativas.
Pessoas com esse transtorno tendem a ter uma visão distorcida de si mesmos e de seus afetos. Como consequência disso, vivem ‘nas bordas’ ou ‘ nos limites’ da neurose (sentimentos mais relacionados à ansiedade e obsessão) e da psicose (sintomas de distorção da realidade) daí o sentido da palavra inglesa ‘borderline’.
O Transtorno de Borderline faz com que a pessoa sinta tudo de forma muito intensa e instável, tanto os sentimentos positivos quanto negativos e é mais comum nas mulheres, mas também pode atingir homens.
Possui um diagnóstico delicado, sendo necessária bastante atenção aos sintomas para orientação do tratamento correto.
Os sintomas do Transtorno de Personalidade Borderline
As pessoas com o Transtorno de Borderline operam sempre nos extremos das emoções, sendo capazes de demonstrar o maior amor do mundo quando estão bem ou de agir de forma bastante impulsiva prejudicando alguém quando se sentem rejeitados ou menosprezados.
Para exemplificar melhor, podemos apresentar o Transtorno de Borderline em 4 pilares:
- Instabilidade: a pessoa pode ter grandes variações de humor no mesmo dia, por coisas aparentemente simples e de forma muito intensa.
- Medo de rejeição: A rejeição ou ameaça de rejeição é experienciada como insuportável, a pessoa vive em função do outro para preencher um vazio constante, que costuma sentir, portanto, faz de tudo para evitar ser rejeitada. Impulsividade: as atitudes podem ser de um amor exacerbado quando estão bem, podendo estar muito dispostas e até gastar demais para agradar alguém. Por outro lado, podem armar situações, brigas e verdadeiras tragédias quando sentem-se rejeitadas.
- Autodepreciação: a visão de si mesmo é distorcida, fazendo com que a pessoa nunca enxergue suas reais qualidades e pense que não é merecedora de nada. Esse comportamento pode, por vezes, levar à automutilação.
Geralmente, essas características podem aparecer no fim da adolescência e acompanhar o indivíduo durante a fase adulta, prejudicando sua vida em vários aspectos, principalmente suas relações afetivas e profissionais.
Pode ser muito difícil conviver com um borderline no trabalho, por exemplo, pois ao mesmo tempo em que ele pode se empenhar muito na realização de algumas tarefas, pode criar intrigas ou situações desconfortáveis para toda a equipe.
Em relação aos relacionamentos afetivos, hora o parceiro do borderline se sentirá nas nuvens, como o ser mais amado, hora poderá sentir-se acuado por brigas, chantagens e reações exageradas. Ou seja, a pessoa tende a ter um padrão de relacionamentos intensos e bastante instáveis, indo da idealização e amor à desvalorização e ódio facilmente.
Estes são alguns dos sintomas que uma pessoa com o Transtorno de Borderline pode enfrentar diariamente:
- Sentimento de vazio
- Angústia de abandono
- Mudança frequente e repentina de humor (instabilidade emocional)
- Instabilidade afetiva (hora ama, hora odeia)
- Sentimentos polarizados
- Impaciência
- Raiva
- Instabilidade da percepção de si mesmo
- Autolesão
- Pensamentos suicidas
Quais as causas do Transtorno Borderline?
Assim como outros transtornos mentais, os fatores genéticos podem ser preponderantes para o desenvolvimento do Transtorno Borderline, ao mesmo tempo que as marcas de situações traumáticas vivenciadas precocemente ou abusos físicos e emocionais e ainda vivenciar ambiente de grande instabilidade emocional, podem contribuir.
Ou seja, fatores congênitos e de criação podem contribuir, mas não são sozinhos determinantes.
Como é o diagnóstico do Transtorno Borderline?
Há muito tempo, o Transtorno de Borderline era encarado como sem tratamento possível, portanto, seu diagnóstico era ainda mais complicado.
Hoje, o paciente passa por uma avaliação junto ao psiquiatra, que a faz de forma criteriosa, ao perceber padrões de comportamento e o conjunto de sintomas característicos deste transtorno.
Como o Borderline é um transtorno de personalidade, seu diagnóstico deve ser ainda mais minucioso, através da observação do psiquiatra e dos relatos do paciente, para que haja a diferenciação correta de outros, como o transtorno bipolar, que pode ser facilmente confundido por leigos.
O tratamento do Transtorno Borderline
O Transtorno Borderline deve ser tratado pelo profissional da saúde mental, em geral a melhor opção é um trabalho conjunto do psiquiatra e do psicólogo. Ambos são capazes de realizar o diagnóstico do transtorno e fornecer a orientação adequada ao tratamento.
Os medicamentos utilizados para tratar o Transtorno de Borderline servem para amenizar os sintomas de forma isolada, podendo ser uma combinação de antidepressivos, estabilizadores de humor e antipsicóticos. Eles podem contribuir para fins específicos, como ajudar em uma possível depressão, auxiliar no controle da raiva e atuar na diminuição da impulsividade.
Junto a isso, a psicoterapia é indicada, pois ela ajuda o paciente a ter noção do seu comportamento e a buscar métodos de encará-lo de forma a domá-lo e mitigar os prejuízos pessoais e sociais que tal comportamento possa causar.
Também ajuda no tratamento dos sintomas emocionais, no enfrentamento à tristeza e situações de estresse. Esse acompanhamento é muito importante para servir de apoio, principalmente evitando comportamentos autolesivos, como a mutilação ou pensamentos suicidas.
O Transtorno Borderline não tem cura, mas o paciente que for diagnosticado e realizar o tratamento da forma correta, tem condições de viver plenamente a sua vida, manter relações saudáveis e não amargar prejuízos à vida pessoal, profissional e afetiva.
Além do mais, os sintomas costumam se amenizar com o passar dos anos Controlando o borderline no dia a dia
Quem tem o Transtorno Borderline, além de realizar o tratamento psiquiátrico e o acompanhamento psicoterápico, precisa implementar alguns hábitos à rotina para conviver melhor consigo mesmo e com as pessoas a sua volta.
O primeiro passo é aceitar o transtorno e conviver com ele de forma pacífica, ciente do seu problema e buscando ferramentas para enfrentá-lo.
É recomendado que o paciente não faça uso de álcool e de outras substâncias psicoativas, tanto para não atrapalhar o tratamento quanto para não desencadear outros transtornos ou comportamentos indesejados.
Sono, alimentação e exercícios devem ser feitos de forma disciplinada a fim de que o paciente consiga manter uma rotina saudável, o que além de fa